Alana em frente ao Sicoob / Foto.
Vitória da Conquista, 03 de dezembro – Na semana do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar a conscientização sobre os direitos desse grupo e promover a inclusão e igualdade de oportunidades, Alana Sheila enfrenta frustrações e desafios que refletem a realidade enfrentada por muitos indivíduos com deficiência.
Desde a semana passada, Alana, professora do município e cega, tem encontrado dificuldades ao tentar ativar o aplicativo do Banco Sicoob em seu celular novo. Enquanto em outras instituições bancárias a ativação ocorreu sem problemas, o Sicoob apresentou falhas constantes durante o reconhecimento facial, mesmo com Alana seguindo todas as orientações do aplicativo. O sistema não conseguiu capturar sua imagem. “Estou seguindo todas as instruções corretamente, mas o aplicativo simplesmente não funciona para mim,” explica Alana, frustrada com a situação.
Buscando ajuda pelo WhatsApp e enviando fotos, Alana decidiu ir até uma agência do banco na esperança de resolver a situação pessoalmente. No entanto, o sistema falhou novamente ao tentar capturar sua imagem facial. Os funcionários informaram que o aplicativo não conseguia identificar sua retina. “É como se o banco estivesse dizendo que eu sou o problema, quando claramente é uma falha do sistema deles,” desabafa Alana. Após várias tentativas sem sucesso, a solução sugerida foi que Alana autorizasse outra pessoa a se cadastrar em seu lugar, como se a responsabilidade pela falha fosse dela.
Cansada dos problemas e da falta de soluções, Alana informou que irá pedir seu desligamento do banco. “Não posso continuar com uma instituição que não respeita minha autonomia e necessidades,” afirmou.
Essa experiência gerou desconforto e levou Alana a refletir sobre a luta pela autonomia das pessoas com deficiência. Ela questiona o respeito aos seus direitos como cooperada e cidadã, ressaltando a necessidade de um tratamento mais adequado e respeitoso. “Onde fica a luta contra o capacitismo quando soluções simples não são oferecidas?”, questiona Alana.
A reportagem procurou a gerência do Sicoob e teve como resposta que foi aberto um chamado e o prazo de resposta é de 72 horas.
A situação de Alana destaca a urgência de ações concretas que promovam a inclusão e o respeito aos direitos das pessoas com deficiência. Em um dia que deveria ser de celebração e conscientização, a experiência de Alana Sheila nos lembra dos desafios contínuos que muitos enfrentam e da importância de políticas inclusivas eficazes.
Capacitismo é o preconceito e a discriminação contra pessoas com deficiência.