
A militância na causa da pessoa com deficiência é uma maratona árdua, um percurso repleto de obstáculos que testam a resiliência e a esperança. A cada passo, esbarramos na inércia de um sistema que, apesar das leis e decretos, insiste em perpetuar a exclusão. A luta pela acessibilidade, pela inclusão e pelo respeito aos direitos básicos se torna uma batalha constante, um grito solitário em meio a um silêncio ensurdecedor.
A legislação, por mais avançada que seja, esbarra na barreira da implementação. Leis que garantem o direito à educação inclusiva, ao trabalho digno e à acessibilidade urbana se perdem em meio à burocracia e à falta de fiscalização. A cada denúncia, a cada reivindicação, nos deparamos com a morosidade e a indiferença de um sistema que parece ignorar a urgência da nossa causa.
Mas o que mais desanima é a falta de apoio daqueles que deveriam ser nossos aliados mais fortes: as próprias pessoas com deficiência. Acomodadas em suas rotinas limitadas, muitas vezes resignadas à exclusão, elas se abstêm de lutar por seus direitos. O medo, a insegurança e a falta de informação as impedem de se juntar à nossa voz, de engrossar o coro da reivindicação.
A cada porta fechada, a cada olhar de indiferença, a cada palavra de desânimo, a fadiga se instala. A sensação de nadar contra a maré, de lutar contra moinhos de vento, se torna cada vez mais presente. A vontade de desistir, de abandonar a causa, sussurra em nossos ouvidos, tentando nos convencer de que a luta é em vão.
Mas a esperança, teimosa e resiliente, insiste em reacender a chama da militância. Acreditamos que a mudança é possível, que a inclusão é um direito inalienável, que a sociedade pode e deve ser mais justa e igualitária. E, por mais difícil que seja, continuaremos a lutar, a reivindicar, a denunciar, até que a voz da pessoa com deficiência seja ouvida e respeitada.
Acreditamos que a conscientização é a chave para a transformação. É preciso despertar a sociedade para a realidade da pessoa com deficiência, para os desafios que ela enfrenta e para o seu potencial. É preciso mostrar que a inclusão não é um favor, mas um direito, e que a sociedade só se torna completa quando todos os seus membros são incluídos e respeitados.
Por isso, convidamos cada pessoa com deficiência a se juntar à nossa luta, a sair da inércia, a reivindicar seus direitos. Juntos, somos mais fortes, juntos, podemos transformar a realidade. Que a fadiga não nos paralise, que a esperança nos impulsione, que a luta nos una.