Apesar dos avanços na inclusão, campanhas de conscientização ainda falham em atender a todas as mulheres. Foto: Alana Sheila na imagem do post em um fundo rosa.
As campanhas do Outubro Rosa, voltadas para a conscientização sobre o câncer de mama, têm sido importantes na promoção de exames preventivos. No entanto, mulheres cegas e de baixa visão enfrentam barreiras significativas para acessar essas informações. A falta de recursos adaptados nas propagandas limita a eficácia entre um grupo já vulnerável.
Alana Sheila Silva Santos, uma mulher cega, relatou suas dificuldades em acessar informações. “Na verdade não chega, quando tá passando uma imagem com fundo musical, não dá para a gente saber e às vezes bate a curiosidade e pergunto a quem está por perto como é a imagem. Falta áudio descrição”, compartilhou.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, cerca de 4% das mulheres brasileiras adultas têm deficiência visual. Isso representa aproximadamente dois milhões no país.
A ausência de áudio-descrições, legendas detalhadas e outras ferramentas de inclusão nas campanhas do Outubro Rosa levanta preocupações sobre a presença dessas mulheres na luta contra o câncer de mama. A falta de adaptações também afeta o alcance e o impacto das mensagens de saúde pública. Sem ajustes necessários, mulheres com deficiência visual podem não receber informações essenciais sobre prevenção e tratamento. Isso reforça a necessidade de campanhas mais inclusivas que considerem todos os desafios enfrentados.
Alana Sheila acrescenta: “Tem que falar os movimentos que estão fazendo para a gente formar uma imagem na nossa mente, senão essas informações não chegam e a gente fica à margem.”
Para garantir que informações fundamentais cheguem a todas, é fundamental que as campanhas de saúde pública considerem todas as necessidades. A inclusão de áudio descrições e vídeos com tradução em Libras são algumas das medidas necessárias para tornar as campanhas mais abrangentes.
Outubro Rosa deve ser um movimento para todas as mulheres, e isso só será possível com a inclusão real e efetiva de todas.