
Na manhã desta terça-feira (9), a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista abriu as portas para uma audiência pública que tratava de um dos temas mais urgentes da sociedade: a acessibilidade em áreas como educação, saúde e inclusão social. Mas, em vez de um debate plural, o que se viu foi o esvaziamento do plenário. Nenhum parlamentar compareceu — com exceção da vereadora Márcia Viviane (PT), que foi a responsável por propor e conduzir o encontro.
A audiência integra o Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre inclusão, cujo marco é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro.

Representantes da sociedade civil, como Luiz Fernando Pereira Couto, da Associação ParaDesportiva do Interior da Bahia (APIB), e Geisa de Fátima Oliveira Barros, da Associação Conquista Down, lamentaram a ausência dos vereadores. Para eles, a postura dos parlamentares mostra que, apesar do discurso de representatividade, a pessoa com deficiência não está na lista de prioridades da política local.
A vereadora Márcia Viviane destacou que irá encaminhar as demandas apresentadas aos órgãos competentes e acompanhar o andamento das propostas. Porém, a falta de engajamento dos demais vereadores expôs um contraste doloroso: os que se dizem representantes do povo não se dispuseram sequer a ouvir um dos segmentos que mais precisam ser ouvidos na sociedade — justamente as pessoas com deficiência, um dos marcadores sociais que mais necessitam ser reconhecidos, respeitados e incluídos.
Em pleno mês dedicado à luta por inclusão, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista deu um exemplo de exclusão — silenciando, por omissão, justamente as pessoas com deficiência.