Marta demorou para encontrar um parque onde pudesse se sentir realmente parte do mundo. Durante anos, as calçadas irregulares, as escadas sem rampas e a falta de espaço adequado tornavam até mesmo um simples passeio um desafio desnecessário. Rafael, seu amigo de infância, cresceu ouvindo sobre cores que nunca podia enxergar, mas quase nunca encontrou materiais escolares adaptados para que pudesse aprender no mesmo ritmo que os outros. Sofia já foi subestimada incontáveis vezes por quem não entendia que sua síndrome de Down não a definia. Miguel se acostumou a ser visto como “estranho” porque sua forma de perceber o mundo parecia diferente. Lucas passou anos sentindo que sua língua de sinais era ignorada.
Essas histórias, infelizmente, não são exceções. Durante muito tempo, as barreiras físicas e sociais excluíram milhões de pessoas. Mas algo tem mudado, e parte dessa transformação se deve ao trabalho incansável de um órgão pouco conhecido, mas essencial: o Conselho da Pessoa com Deficiência.
O Conselho é um espaço de luta e conquistas. Ele não faz milagre, mas garante que políticas públicas sejam pensadas para todos. Rampas bem-feitas, pisos táteis, materiais acessíveis e tantas outras iniciativas não surgem por acaso. Elas são fruto de debates, reivindicações e, acima de tudo, da voz ativa de pessoas que sabem o que significa enfrentar barreiras diárias.
O Conselho da Pessoa com Deficiência é composto por representantes da sociedade civil, de organizações que defendem os direitos das pessoas com deficiência e do poder público. Ele tem a missão de monitorar, propor e fiscalizar a implantação de políticas públicas voltadas à inclusão. A atuação desse órgão vai desde a elaboração de projetos de lei até a fiscalização de serviços e espaços públicos para garantir que sejam acessíveis. Mais do que um espaço de deliberação, é um lugar de acolhimento e escuta ativa, onde pessoas com deficiência podem relatar desafios e sugerir soluções baseadas em suas próprias experiências.
“Nada sobre nós, sem nós.” Esse lema guia cada decisão tomada no Conselho. Quando ele monitora o cumprimento da Lei Brasileira de Inclusão ou propõe diretrizes contra a discriminação, não está apenas cumprindo um papel burocrático. Está mudando vidas.
E, com isso, todos nós aprendemos que uma sociedade mais justa é aquela que escuta, inclui e caminha lado a lado, garantindo que ninguém fique para trás.
O conselho é de extrema necessidade para a lutar de todos nós não só o de pessoas com deficiência . O de saúde e outros . Eu tiro o meu chapéu para todos os conselhos 👏